Aprenda Mais sobre o Inquérito da Iniciativa de Medição dos Direitos Humanos de 2021
Por Mennah Abdelwahab – Maio de 2021
Melhorar dados para melhorar vidas
Estamos a produzir dados sobre os líderes mundiais de direitos humanos para ajudar a melhorar a vida das pessoas.
O nosso objetivo é medir sistematicamente todos os direitos da Carta International de Direitos Humanos, em todos os países do mundo. Ao medir os direitos humanos, estamos a deixar claro o que realmente está a acontecer, e a dar aos governos um incentivo de medição para tratarem melhor as pessoas.
Todos os anos, os nossos dados de direitos humanos civis e políticos são recolhidos através do nosso inquérito multilíngue, cuidadosamente elaborado com especialistas no tema. Até à data, chegámos a cerca de um quinto dos países do mundo e continuamos a expandir o nosso trabalho anualmente, o que representa um custo de cerca de 20.000 dólares por ano para cada novo país. Este valor cobre despesas como traduções, contacto com os embaixadores, investigação, gestão dos inquéritos, altos níveis de cibersegurança, divulgação das pontuações dos países no nosso Rights Tracker, (online e gratuito), e colaboração com os participantes de cada país para ajudar a tirar o máximo proveito dos dados resultantes.
De 13 a 39 países
Começámos a realizar o inquérito em 13 países em 2017, depois passámos para 19 em 2019, e 33 em 2020. No final de 2020, lançámos uma campanha de financiamento coletivo para financiar a nossa expansão de dados de direitos civis e políticos ao Leste e Sudeste Asiático, e angariámos um total de 44.000 dólares. Com esse valor, acrescentámos Hong Kong, Malásia e Taiwan, e também conseguimos chegar a mais inquiridos em alguns dos países onde já estávamos a trabalhar. Estamos muito felizes por, pela primeira vez em 2021, produzir dados sobre os direitos civis e políticos destes países – o que significa que agora já trabalhamos com um total de 39 países.
O que são ‘Vinhetas de Ancoragem’ e por que são importantes?
Após dois meses de emoção e ansiedade, o inquérito é encerrado e os dados são processados. Em abril de cada ano, recebemos respostas de centenas de praticantes de direitos humanos, que nos dizem como foram as violações de direitos mais comuns no seu país durante o ano anterior.
Uma etapa fundamental no processamento dos dados é a análise das respostas dos entrevistados a perguntas sobre um conjunto de países hipotéticos: as‘vinhetas de ancoragem’. As respostas que as pessoas dão às perguntas sobre estas vinhetas de ancoragem mostram-nos como devemos interpretar as suas respostas sobre o seu próprio país. Isto permite-nos comparar adequadamente as respostas das pessoas, mesmo que haja variações na compreensão das perguntas ou na interpretação da escala (por exemplo, de “ligeiramente” a “extremamente”).
Há também outra razão por que estas vinhetas são importantes. As vinhetas de ancoragem descrevem três situações fictícias de países que representam sempre três categorias: um país com uma boa pontuação a nível de direitos humanos, outro com uma pontuação muito má, e outro ainda com uma pontuação média. Esperamos que cada entrevistado dê respostas ligeiramente diferentes sobre onde colocariam cada país na escala, mas todos devem colocá-los na mesma ordem, com a melhor pontuação para os países bons, e a pior pontuação para os países maus. Se um respondente as coloca em uma ordem diferente, temos que presumir que, ou eles não estão atentos, ou não possuem uma compreensão clara dos direitos humanos. Se ordenarem as vinhetas incorretamente, temos de desqualificar as respostas para os seus respetivos países nesta secção. A conclusão é que responder às perguntas da vinheta corretamente é essencial se os inquiridos quiserem que as suas outras respostas contribuam para os dados do Rights Tracker.
As vinhetas podem parecer um pouco estranhas quando as pessoas iniciam o inquérito, mas são uma parte absolutamente crucial da metodologia porque ajudam a assegurar a validade e a credibilidade dos nossos dados.
Todos os inquiridos recebem todas as pergunta
Uma das coisas que por vezes surpreende as pessoas é que fazemos perguntas a todos os participantes sobre todos os tipos de direitos humanos, e não apenas sobre aqueles em que são “especialistas”.
Isto é claramente deliberado, e por duas razões. A primeira é que, se trabalhar diariamente com direitos humanos em determinada área, também terá uma ideia muito melhor do que a pessoa comum sobre todos os outros direitos, pelo que as suas reflexões serão valiosas.
A segunda é que sabemos, através de muitas investigações, que as pessoas têm dificuldade em serem objetivas para se selecionarem – algumas pessoas dirão modestamente que não são peritas em qualquer área, enquanto outras dirão que são especialistas em coisas sobre as quais não sabem muito. Então, na verdade, perguntar a todos com quem temos contacto e que estão envolvidos em direitos humanos sobre os demais direitos humanos leva a um melhor resultado e produz pontuações dentro de intervalos de credibilidade.
Melhorias de ano para ano
As decisões que tomamos para implementar alterações no questionário são muito influenciadas pelo feedback que recebemos dos nossos inquiridos e Embaixadores. Sabemos, por exemplo, que várias pessoas teceram comentários sobre o tamanho do inquérito. Durante o resto de 2021, vamos testar formas de o tornar menos desgastante para futuros inquiridos. Obrigado a todos os que tentaram contribuir para este enorme desafio!
Os inquiridos e as respostas são anónimos
Durante o processo, protegemos o anonimato de quem responde aos nossos inquéritos. Sabemos que, em alguns países, é muito perigoso falar sobre o estado dos direitos humanos.
Ninguém – nem mesmo nós – pode dizer de quem veio cada conjunto de respostas, e também contamos com um processo que remove as informações incluídas mais sensíveis, antes de serem resumidas em métricas genéricas e publicadas no nosso Rights Tracker.
Uma ferramenta para todos
Assim que tenhamos desenvolvido as pontuações do país e resumido as respostas qualitativas que as pessoas dão nas suas próprias palavras, os dados são publicados no Rights Tracker. Neste site, qualquer pessoa pode explorar o respeito de cada país relativamente a oito direitos civis e políticos e a cinco direitos económicos e sociais (cuja medição usa um método diferente). O site também permite aos utilizadores compararem o desempenho dos países, e ainda analisarem que grupos de pessoas correm algum risco específico de sofrerem violações em cada um dos direitos.
Ativistas de direitos humanos, jornalistas, governos, sociedade civil, investidores e outros podem usar os dados de direitos humanos no nosso Rights Tracker de forma a melhorar a vida das pessoas. Com o passar do tempo, os dados podem revelar tendências e proporcionar números sólidos que, associados a poderosas histórias pessoais, têm o intuito de fortalecer a defesa de direitos e a pressão política. Olhar para os números pode ajudar a definir prioridades e estratégias.
Descubra mais!
Estamos muito entusiasmados para o lançamento do nosso conjunto de dados de 2021, o que ocorrerá a 24 de junho de 2021. Para se manter atualizado quanto ao lançamento dos nossos dados, por favor subscreva à na nossa newsletter e siga-nos no Twitter, Facebook, e no LinkedIn.